A paisagem e o território

O que distingue o estudo da Paisagem de outras análises socioespaciais é a inclusão da participação social na análise do território. Isso é feito através da vocalização de pessoas e de cenas e sensações que são representadas em peças artísticas. Ao levar escuta e a arte para o centro da análise com o mesmo peso das informações técnicas, o estudo incorpora a percepção do outro na observação do território. 

A visão como chave de acesso à paisagem perde o protagonismo e inaugura uma experiência que mexe com outros sentidos. As paisagens do Doce dialogam com ancestralidade, sons, cores, relevos e tradições que dizem muito sobre como é e quem é este território.

Na prática, o estudo convida observadores anônimos e (re) conhecidos em suas comunidades a compartilharem visões, saberes e sentimentos sobre a vida nos lugares que moram e como ela esbarra em relações, não necessariamente úteis, com o rio Doce.

Sob a perspectiva da Paisagem, arte, percepções do espaço vivido e dados técnicos se combinam e multiplicam as perspectivas sobre a mesma cena.